quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Trava-línguas

O Tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem, o Tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo, tempo tem.

Três tigres tristes para três pratos de trigo. Três pratos de trigo para três tigres tristes.

A vida é uma sucessiva sucessão de sucessões que se sucedem sucessivamente, sem suceder o sucesso

Lenga-lengas

Dedo mindinho
Dedo mindinho
Seu vizinho
Pai de todos
Fura bolos
Mata piolhos
 
Era uma vez o gato maltês
Era uma vez
Um gato maltês
Tocava piano
E falava francês
Queres que te conte outra vez?

Era uma vez
Um gato maltês
Saltou-te às barbas
Não sei que te fez
Queres que te conte outra vez?

Era uma vez
Um gato maltês
Tocava piano
Falava francês
A dona da casa
Chamava-se Inês
O número da porta era o 33!
Queres que te conte outra vez?
 

Adivinhas

Qual é coisa, qual é ela que se vê num minuto, numa semana e num mês e num ano não se vê?
 É o M.

Sou mais vasto do que o mar e ninguém me pode ver, todo mundo é meu lar, sem mim não podes viver.
É o ar.

Onde é que a sexta-feira vem antes da terça-feira?
No dicionário.


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Frei João sem cuidados - Conto tradicional


O rei ouvia sempre falar em Frei João Sem Cuidados como um homem que não se afligia com
coisa nenhuma deste mundo.
  - Deixa estar, que eu é que te hei de meter em trabalhos!
Mandou-o chamar à sua presença e disse-lhe:
- Vou dar-te uma adivinha e, se dentro de três dias não me souberes responder, mando-te matar. Quero que me digas: Quanto pesa a lua? Quanta água tem o mar? O que é que eu penso?
Frei João Sem Cuidados saiu do palácio bastante atrapalhado, pensando na resposta que havia de dar àquelas perguntas. O seu moleiro encontrou-o no caminho e lá estranhou de ver Frei João Sem Cuidados de cabeça baixa e macambúzio.
- Olá, senhor Frei João Sem Cuidados, então que é isso que o vejo tão triste?
- É que o rei disse-me que me mandava matar se dentro de três dias eu não lhe respondesse a estas perguntas: Quanto pesa a Lua? Quanta água tem o mar? O que ele pensa? O moleiro pôs-se a rir e disse-lhe que não tivesse cuidados, que lhe emprestasse o hábito de frade, que ele iria disfarçado e havia de dar boas respostas ao rei.
Passados os três dias o moleiro, vestido de frade, foi pedir audiência ao rei. O rei perguntou-lhe: - Então quanto pesa a Lua?
- Saberá Vossa Majestade que não pode pesar mais do que um arrátel, porque todos dizem que ela tem quatro quartos.
- É verdade... E agora: quanta água tem o mar?
Respondeu o moleiro:
- Isso é muito fácil de saber. Mas como Vossa Majestade só quis saber da água do mar, é preciso primeiro que mande tapar todos os rios, porque sem isso nada feito.
O rei achou bem respondido. Mas zangado por ver que Frei João Sem Cuidados se escapava das dificuldades, tornou:
- Agora, se não souberes o que penso, mando-te matar!
O moleiro respondeu:
- Ora Vossa Majestade pensa que está a falar com o Frei João Sem Cuidados, e está
mas é a falar com o seu moleiro!
Deixou cair o hábito de frade, e o rei ficou pasmado com a esperteza do ladino.
Teófilo Braga

sábado, 2 de novembro de 2013

Carta formal*






José Silva Cardoso
Rua dos Mártires, n.º 23, 2º esq.        (remetente: nome e morada)
2734-432 Alcabideche
                                (destinatário: nome e morada)                                                                                                                                                                               
Ex.mo Senhor Presidente

da Câmara Municipal de Cascais

Largo da República, nº 37

2752-456 Cascais
                                                                         
               (local e data)                            Alcabideche, 1 de Novembro de 2013

Assunto: Inexistência de ecopontos na rua dos Mártires, em Alcabideche.  (apresentação do assunto)  

Ex.mo Senhor Presidente,    (saudação inicial)  
            Venho, na qualidade de munícipe, e por este meio, dar uma vez mais conhecimento a V. Ex.a da inexistência de ecopontos na Rua dos Mártires, em Alcabideche, facto que deixa os moradores bastante transtornados e desiludidos com o funcionamento dos serviços municipalizados de recolha e tratamento do lixo do nosso concelho.    (apresentação da questão a expor)  
Numa sociedade que se quer preocupada e ativa ao nível da proteção do meio ambiente, a situação exposta é deplorável, já que impossibilita os munícipes de realizarem o seu papel de indivíduo responsável e consciente da situação de todo o universo. Como V. Ex.a deve compreender, o facto de não haver ecopontos na rua desencoraja a separação do lixo necessária em casa de cada um de nós, fazendo com que todos acabemos por ser responsáveis por uma situação que nos é, em parte, alheia.  (desenvolvimento da questão)  
            Certo de que V. Ex.a está atento aos interesses e necessidades dos munícipes e do próprio mundo, espero que este problema seja em breve resolvido. (desenvolvimento da questão)  
Grato pela atenção dispensada, apresento os meus melhores cumprimentos, subscrevendo-me, atenciosamente. (Fórmula de despedida)  

_____________________________
(assinatura)   (José Silva Cardoso)

* - Os nomes, moradas e situação relatadas nesta carta são fictícias.

Carta informal transformada em música


Postal dos Correios - Rio Grande (clica aqui)

Querida mãe, querido pai. Então que tal? Nós andamos do jeito que Deus quer, entre dias que passam menos mal lá vem um que nos dá mais que fazer.
Mas falemos de coisas bem melhores. A Laurinda faz vestidos por medida, o rapaz estuda nos computadores, dizem que é um emprego com saída.
Cá chegou direitinha a encomenda pelo "expresso" que parou na Piedade - pão de trigo e linguiça pra merenda, sempre dá para enganar a saudade.
Espero que não demorem a mandar novidade na volta do correio.
A ribeira corre bem ou vai secar? Como estão as oliveiras de "candeio"?

Já não tenho mais assunto pra escrever.
 
Cumprimentos ao nosso pessoal.
Um abraço deste que tanto vos quer.


P.S. - Sou capaz de ir aí pelo Natal
(com pequenas adaptações)